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Carta a Pacheco Pereira - parte II

por João Miguel Tavares, em 28.11.13

Hoje, no Público, a segunda parte da minha carta a Pacheco Pereira. Para ler aqui.

 

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António Zambujo, Lisboa 22:38

por João Miguel Tavares, em 27.11.13

Eis o texto que escrevi para o disco ao vivo de António Zambujo, que está desde a semana passada nas lojas. O Zambujo é alentejano como eu, e entre o fado, o cante alentejano, a música popular e a pop, está a inventar um genero de música que é só dele.

 

 

Em 2007, comecei um artigo sobre António Zambujo com a frase “Se João Gilberto cantasse fado, seria mais ou menos assim”, e graças a Caetano Veloso, que recuperou essa ideia num texto entusiástico, o conceito de “fado bossa nova” aplicado a Zambujo ganhou uma inesperada amplitude, tornando-se desde então na melhor bengala para classificar a sua música. Insuficiente e simplista, como todas as bengalas, mas útil, ainda assim, quando se trata de justificar por que é ele um planeta à parte na constelação do fado.

 

É certo que não se pode dizer que antes dele o fado fosse apenas triste e amargo. Afinal, o Corrido é uma das suas formas estruturantes, e não lhe falta alegria. Mas pode dizer-se que António Zambujo é o primeiro a cantá-lo com uma profunda doçura e uma elegante suavidade, que ninguém antes se lembrara de lhe imprimir. Triste ou alegre, o fado sempre foi uma canção de esquinas aguçadas e pulsão cortante. Mas na voz de Zambujo, eis que subitamente ele se curva, arredonda, aveluda e revela uma dimensão insuspeita – a da delicadeza. É esse o precioso enxerto que o Alentejo trouxe, através de si, à canção de Lisboa. Uma emocionante acalmia das emoções.

 

Mas como sábio e bom alentejano que é, António Zambujo não confunde o melodioso com o meloso. Ele não alambica paixões nem simplifica sentimentos – antes varia caminhos e multiplica triangulações, promovendo encontros improváveis: o fado com a MPB e com a morna; o cavaquinho de Jon Luz com a guitarra portuguesa de Bernardo Couto e o clarinete de José Miguel Conde; compositores como Maria do Rosário Pedreira e João Monge ao lado de Pedro da Silva Martins ou Miguel Araújo, mestres no cruzamento de amor e humor, através dos quais o fado se transfigura em pequenos contos do quotidiano. Contos onde cada um de nós se revê, se reencontra e rejubila, ao ponto de o próprio cantor interromper a actuação que se encontra neste disco para exclamar: “Isto parece um concerto de música pop. Parece que está tudo doido.”

 

Sim, está tudo doido. Mas é pelas melhores razões – por vermos um homem vindo do fado alegrar as nossas almas de uma forma tão inesperada. É como se, diante da habitual tragédia fadista, António Zambujo recusasse soçobrar à fatalidade, sussurrando-nos ao ouvido: “Se a morte é certa, que tal dar uma voltinha na minha lambreta enquanto ela não chega?” E nós vamos, claro, acabando a noite na sala ao lado, entre gemidos de prazer. Às 22.38 de dia 7 de Dezembro de 2012, essa sala chamou-se Coliseu dos Recreios. A partir de agora e deste disco, a sala é a de cada um.  

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Resposta a Hugo Mendes, do Jugular #2

por João Miguel Tavares, em 26.11.13

A propósito do meu texto sobre a Irlanda e Portugal, o Hugo Mendes escreveu dois óptimos posts no Jugular, sobre os quais falo aqui e aqui. Tendo em conta a pertinência das suas críticas e uma análise enviesada da minha parte num par de pontos importantes, deixei este texto meu na caixa de comentários do seu blogue:

 

Queria mais uma vez agradecer ao Hugo Mendes a trabalheira que deve ter tido a reunir todos estes dados. Só por isso, o meu texto já terá valido a pena. Eu não conhecia a situação irlandesa com tamanho pormenor, e penso que os argumentos do Hugo colocam em causa a minha afirmação de que o esforço irlandês foi “muitíssimo mais violento” do que o esforço português – até porque sou sensível ao argumento de que um esforço equivalente a partir de uma situação bem mais favorável tem um impacto inferior na vida das pessoas. Ainda que no total o ajustamento dos 28 mil milhões de euros irlandeses seja superior aos 24 mil milhões portugueses (já agora, se me pudesse indicar onde arranjou este último número ficar-lhe-ia grato – sei que foi citado uma vez por Catarina Martins, mas quando andei à procura dele para escrever o meu texto original não o encontrei), e ainda que o programa irlandês tenha sido, de facto, bastante mais violento do lado da despesa logo no início da sua aplicação, a verdade é que o ajustamento foi mais espaçado, porque eles – mais espertos – começaram a ajustar mais cedo, o que põe em causa o superlativo que usei.

 

Permita-me apenas uma precisão (na verdade, trata-se de uma gralha, suponho eu) em relação ao seu post. Quando afirma: “Conclusão: em 2009, o corte na despesa teve a mesma dimensão que o aumento de receita; em 2010, a consolidação foi efectivamente maior do lado da receita”, penso que neste último caso quer dizer despesa e não receita. De resto, penso que os seus números demonstram uma abordagem muito diferente dos dois países em relação à crise. Mesmo quando o Hugo afirma que “foi preciso chegar a 2010, depois de quatro rondas de medidas (verão/2008; outubro/2008; fevereiro/2009; e abril/2009), para o governo preparar um orçamento quase só assente na redução de despesa”, dispenso-me de lhe recordar o que andávamos nós a fazer por essa altura.

 

E nesse aspecto, sem escamotear as minhas imprecisões nas comparações entre Portugal e a Irlanda, peço apenas que não se perca o espírito inicial do meu texto, que foi o de criticar aquelas que dão a saída da Irlanda do programa da troika como um grande sucesso porque não foi “subserviente aos mercados” ou porque “negou a austeridade que a troika quis impor”. Isso são balelas, e continuam a ser balelas, como o texto do Hugo demonstra, aliás, muito melhor do que o meu. A austeridade não só se fez sentir fortemente, como eu gostaria de saber o que a esquerda portuguesa teria a dizer se as medidas de austeridade impostas nesta terra fossem para salvar, em primeiro lugar, o sistema bancário.

 

Daí eu ter falado no final em manipulação intelectual e em cegueira ideológica: dizer que na Irlanda “correu bem” porque se apostou no crescimento em vez da austeridade é continuar a insistir numa dicotomia para atrasados mentais, que nos chama a todos de burros, sejamos nós de direita, ou de esquerda. O que o Hugo fez neste seu post interessa-me, e muito – ter uma discussão inteligente e fundamentada sobre a melhor forma de aplicar um programa económico que passará invariavelmente por uma contracção da economia e pelo sofrimento de muita gente. Quem, como eu, não é economista e está convicto de que o governo está a perder uma oportunidade histórica para melhorar o país, o que mais quer é conhecer gente do outro lado do espectro ideológico com quem consiga ter uma conversa racional, ou seja, uma conversa que não passe pela gritaria “troika para a rua” e seus derivados.

 

Mas, por favor, permita-me um último pedido provocatório, para isto não ser só simpatia: da próxima vez que vir António José Seguro e seus assessores económicos apresentarem uma pilha de medidas para o país onde não consta um único corte na despesa, corrija-os, por favor, com tanto empenho e competência como me corrigiu a mim.



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Mário Soares no DN #6

por João Miguel Tavares, em 26.11.13

O actual governo é recordista do despesismo:

 

Este Governo, aliás, [é] mais despesista do que todos os outros desde o 25 de Abril.


DN, 26 de Novembro de 2013


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Mário Soares no DN #5

por João Miguel Tavares, em 26.11.13

Foi o encontro na Aula Magna que obrigou Cavaco Silva a enviar a convergência das pensões para o Constitucional:

 

No sábado passado, pela primeira vez, o Presidente foi aplaudido. Porquê? Certamente porque percebeu - e sentiu - o que ocorreu na Aula Magna e resolveu dizer que vai mandar para o Tribunal Constitucional o regime de convergência de pensões. As centrais sindicais, a CGTP e a UGT, dizem que o Presidente tomou a atitude adequada. Ainda bem. Compreendeu o que se disse na Aula Magna. Foi o significado da ocorrência que o obrigou a agir.


DN, 26 de Novembro de 2013



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Carta a Pacheco Pereira - parte I

por João Miguel Tavares, em 26.11.13

Hoje dedico a minha crónica no Público a analisar a participação de José Pacheco Pereira no encontro da Aula Magna. A minha crónica pode ser encontrada aqui, a intervenção de Pacheco Pereira pode ser lida aqui.

 

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Hã?

por João Miguel Tavares, em 25.11.13

Um pequeno texto e um estudo fascinantes sobre esta pequena interjeição. Que, pelos vistos, existe de forma muito semelhante em quase todas as línguas.

 

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Mais um post esclarecedor sobre a Irlanda

por João Miguel Tavares, em 25.11.13

O Hugo Mendes tinha prometido que ia voltar ao tema da Irlanda e fá-lo neste completíssimo post. Ele merece-me ainda alguns comentários, que tentarei fazer assim que me for possível.

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Ainda bem que ele foi mais decidido no 25 de Novembro

por João Miguel Tavares, em 22.11.13

Eanes não vai à homenagem que lhe preparam.

 

Eanes falta à homenagem mas Manuela Eanes vai.

 

Eanes vai à sua homenagem... mas só ao fim.

 

 

 

 

 

 

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Só dez?

por João Miguel Tavares, em 22.11.13

Gosto muito desta notícia de que dez-10-dez erros ortográficos vão chumbar os professores na prova que se preparam para fazer. Só dez? Nada como impor regras estúpidas a provas idiotas.

 

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