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Mau jornalismo

por João Miguel Tavares, em 19.12.13

Este chumbo do Constitucional é mais um momento marcante da legislatura, e Joaquim Sousa Ribeiro, presidente do Tribunal Constitucional (TC), tem uma grande qualidade: dispõe-se a falar para a comunicação social e sabe explicar-se bastante bem. Não é redundante, não é obscuro e é didáctico no bom sentido da palavra. Infelizmente, as televisões devem achar o senhor muito aborrecido: ainda estava ele a meio das suas explicações quando todos os canais decidem abandonar o directo para ir escutar a reacção de... Jerónimo de Sousa.

 

Ora, eu diria que há ai um triplo desrespeito. 1) O desrespeito das televisões para com o presidente do TC, que merece 15 minutos em directo nos telejornais para explicar uma decisão tão importante quanto esta. 2) O desrespeito de Jerónimo de Sousa (e a seguir do Bloco) para com o presidente do TC, decidindo intervir sem esperar a conclusão das suas declarações. 3) O desrespeito das televisões para com os seus espectadores e para com os cidadãos deste país, que devem ser tratados como adultos e merecem compreender aquilo que está em causa.

 

Abandonar um directo de Sousa Ribeiro para ouvir Jerónimo de Sousa, ou seja quem for dos partidos representados no Parlamento, papaguear aquilo que todos sabemos que irão dizer ainda antes de abrirem a boca, é, finalmente, um desrespeito pela nossa inteligência e um reflexo pavloviano do jornalismo pé de microfone. Ponham os miolos a funcionar, se faz favor.

 

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1 comentário

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jorgefilipecorreia a 20.12.2013

Caro João Miguel Tavares, completamente de acordo consigo. Sem tirar nem pôr. Não vi os directos à hora dos telejornais porque estava a trabalhar mas não tenho razões para duvidar do que disse e, assim sendo, só uma palavra para Jerónimo de Sousa e para o dirigente do Bloco (ninguém se lembra do nome dele) que efectuou declarações enquanto o Presidente do TC explicava as razões dum chumbo gravíssimo aos portugueses: RIDÍCULOS!! Deviam ter vergonha dessa atitude. Até compreendo o afã para "declarar algo em frente aos microfones" num momento destes mas prestarem-se a efectuar declarações quando um Titular dum Órgão de Soberania explicava o que havia sucedido, só demonstra incapacidade política e institucional para lidar com uma situação tão grave. Felizmente, não vivemos no PREC, apesar de (des)governados por uma equipa INCOMPETENTE ainda é um Regime Constitucional e Democrático de Direito, onde o TC ocupa uma posição de Garante do Respeito e Manutenção da Ordem Constitucional do País, pelo que esta atitude de dois partidos (um que sabemos antecipadamente o que vai dizer, o outro que definha e caminha a passos largos para deixar de poder dizer o que quer que seja...) com representação parlamentar (neste caso é mais de representação "para lamentar") revela uma ultrajante deslealdade institucional. Todavia, no meio disto tudo, o que é mais grave para mim é que os "jornalistas" tenham preferido as declarações de dois dirigentes políticos que apenas são deputados, em lugar de manterem o directo de "alguém" que apesar de tudo ocupa o "território último e irredutível" da Preservação da Legalidade do Estado de Direito.

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